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É universal. Quando ficamos à espera de uma resposta, quando somos o último a mandar mensagem, cada minuto dura horas e algumas horas assemelham-se ao que sentíamos uma hora antes de abrir os presentes no Natal, mas trocando a excitação por angústia.

Esperar por uma resposta é uma merda. Esperar por uma resposta nisto do amor é uma merda com muita angústia. Verdade seja dita, todas as formas de angústia são uma merda - custa respirar, a cabeça começa a doer, o peito começa a apertar e o desespero é o maior inimigo dos pensamentos racionais.

Tenho a memória, apesar de longínqua, muito presente, de um rapaz que me prometeu que me mandava uma mensagem no meu dia de anos. Acho que olhei para o telemóvel 1.673.293 vezes nesse dia, prolongando a espera para os dias adjacentes na esperança que o rapaz tivesse baralhado as datas. Lembro-me das vezes que acordei durante a noite, de desligar e ligar o telemóvel, lembro-me até de ligar para a assistência ao cliente e confirmar que estava tudo bem com a rede e com o aparelho. Ridícula.

Nessa altura defini uma série de regras de utilização das mensagens escritas em situações amorosas ou pseudo amorosas ou uniteralmente amorosas [quase todas]:

1. Uma mulher não cede o contacto, pede o contacto. Isto não é emancipação, é protecção.

2. Uma mulher espera um mínimo de 24 e um máximo de 48 horas e manda uma mensagem: simpática, honesta e sem intenções escondidas porque eu sou daquelas que acho que os homens não têm que adivinhar pensamentos.

3. A resposta não chega: apaga o número do rapaz. Ponto final. Repito: ponto final. Volta a encontrá-lo? Sorri e acena.

4. O rapaz responde à mensagem mas não responde à intenção? Ou o rapaz responde à mensagens com resposta negativa à intenção? Agir exactamente como indicado no ponto 3...

5. O rapaz responde à mensagem com resposta positiva à nossa intenção? Óptimo! Fabuloso. Agora controlas a excitação e demoras o dobro daquilo que esperaste.

6. Serve a regra 5 para a vida toda, mesmo que sejam casados há uma eternidade.

Não julguem com isto que eu deixei de ficar a olhar para o telemóvel à espera. Continuo. Mas gosto de ter certezas absolutas e teorias sobre tudo e mais alguma coisa mesmo que não consiga pôr tudo em prática.

Por Catarina Beato 

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