2021
Não está a arrancar de forma fácil. Com restrições, corações apertados e saudades. Muitas saudades de um tempo não longínquo mas que, na realidade, parece numa outra vida.
Tudo tem sido arrancado de uma forma faseada, baseado em números e em mortes. A liberdade começa a ser apenas utópica e a esperança começa a escassear. Isto para quem leva esta fase de vida, mais ou menos a sério.
Valem-nos o amor e os sorrisos de quem não tem noção do que se passa lá fora. E a vida dentro de casa é mascarada por jogos, tendas na sala, bolos a toda a hora e dias inteiros de pijama. Haja amor!
Enquanto isso, o mundo continua a ruir lá fora. Com cenários caóticos, de um sistema de saúde que não tem estrutura nem capacidade para tudo o que está a acontecer. Tudo o que foi alertado durante anos, tudo pelo que se lutou, reclamou... está a acontecer. Não há pessoal. Não há camas. Não há capacidade para uma pandemia a acontecer desta forma. E enquanto uns se continuam a passear, ignorando todos os conselhos.. Há quem passe turnos a tentar salvar vidas, numa luta inglória contra o tempo.
Estou assustada como nunca. Com o coração apertado. E a começar a vacilar nesta questão que se chama Esperança. Não vejo o fim. Não imagino sequer como será o próximo capítulo. Mas está difícil de acreditar.
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